Olá, eu sou o Lacerda, e trago para vocês a primeira edição do Itasha Friends, que aconteceu em Osasco, no domingo, dia 29 de outubro, realizado pelo grupo do Itasha Brasil. Vou contar o que teve no evento, além de uma entrevista com Claudio, mais conhecido como “Coyotte”, o organizador do evento.
O evento
O evento foi realizado em uma parte do estacionamento do Osasco Plaza Shopping, a entrada para o público era gratuita, e logo de cara já dava para ver os carros que estavam sendo expostos e, junto com eles, os stands, tanto das lojas que estavam vendo no evento quanto dos artistas da Artists’ Alley. Também era possível ver o palco que montaram e um espaço reservado para tirar fotos com a mascote do evento, a Shōri, que significa “vitória” em japonês, assim que chegava no espaço reservado.
Falando em carros, vamos falar deles. O evento contou com a presença de dez itasha, como o Polo Shogun ; a Charlotte e o Celta Anime. E, além dos itasha, apareceram carros tuning, que são carros com modificações, e carros sem modificações.
No palco, rolou quiz de anime com o público em geral, foi bem tranquilo por conta das aberturas de animes que colocaram, muitos clássicos dos anos 90 e animes bem hypados como Chainsaw Man e Jujutsu. Logo em seguida, aconteceu um papo com o pessoal que organizou o evento e que faz parte do Itasha Brasil, comentaram sobre como conheceram e começaram no cenário do itasha, assim como foi organizar o evento e alguns causos que cada um passou com seus itasha. Quando liberaram para o público perguntar, não tiveram perguntas e ficou por isso mesmo.
Após isso, aconteceu um concurso de K-pop, os grupos dançaram grandes hits do gênero. Acabei não acompanhando todas as apresentações, pois havia saído para comer, mas consegui voltar para ver os últimos dois grupos e a premiação. Logo após o concurso, tivemos a Gio realizando apresentações e cover de músicas da Hatsune Miku. Um dos intervalos entre apresentações foi usado para anunciar o pódio do campeonato de Street Fighter que aconteceu no stand da Saga, um dos patrocinadores do evento.
Em seguida, tivemos um papo com Heitor Assali (Sakuragi, de Slam Dunk) e Lucas Funchal (Kaede Rukawa, de Slam Dunk) que contaram como começaram na dublagem, suas experiências e sobre The Last Slam Dunk, filme da franquia que os dois fizeram parte do elenco de dublagem. A próxima atração a estar no palco do evento foi a banda Japomné, que cantou grandes clássicos dos animes da época da TV Manchete e do início dos anos 2000, além de relembrar de Tokusatsu que marcaram como Jaspion e Jiraya.
Com a finalização do show, aconteceram os dois concursos de cosplay do evento: Cosplay Kids e Cosplay Adultos. O “concurso”, por assim dizer, das crianças foi mais um desfile do que propriamente algo competitivo, aquelas que subiram ao palco mostraram seus cosplays aos jurados, que estavam somente para observar as apresentações. No final, todo mundo ganhou um prêmio por ter participado. Logo após, foi a hora do concurso de cosplay adulto, tivemos vários cosplayers de diversas obras, indo desde os jogos até filmes e séries. Além disso, os cosplays estavam divididos em categorias como: anime, terror, filmes e séries, e uma categoria geral com direito a pódio. Mesmo com essa divisão, todos que participaram se apresentaram juntos.
Com o encerramento das apresentações do concurso de cosplay, foi a vez da Shaolin Monkeys agitar o pessoal cantando um repertório de aberturas de animes, desde os mais recentes até os mais antigos e clássicos. Quando o show terminou, foram anunciados os vencedores das categorias do concurso de cosplay adulto assim como o pódio da categoria geral. Eu acabei não ficando até o final do evento, a Balada e o encerramento, mas fiquei bastante tempo e consegui aproveitar uma boa parte.
Fiquem agora com a entrevista feita com o Claudio, organizador do Itasha Friends, ADM da página Itasha Brasil e dono da loja Beeyou.
Entrevistando o “Coyotte“
Lacerda: Olá Claudio, tudo bem com você?
Coyotte: Tudo bem sim.
Lacerda: Já vou começar perguntando para você, o que seria o itasha?
Coyotte: O itasha veio do Japão, é um estilo específico de carro plotado, seja em adesivo ou pintura, de personagens de animes, games ou mangá, é exclusivamente isso. 97% dos casos é uma personagem feminina, isso tem origem lá da Segunda Guerra, quando os pilotos pintavam as meninas e isso acabou indo para os carros. O significado de itasha vem de duas palavras, “ita” e “sha”, de “carro doloroso”, não do valor, mas sim pelo fato de andarmos com carro com menina de anime.
Lacerda: Como você conheceu a cultura itasha e quando começou no cenário?
Coyotte: Na cena automotiva, eu estou há mais de 25 anos e sempre pesquisei muito na internet, até que eu adesivei o meu carro com (adesivos) Evangelion, eu não sabia que existia o itasha, daí comecei a procurar na internet por “carro de anime” e conheci muito sobre a cultura, que no Japão é muito rica, pois eles são os fundadores do anime. Vi muitos eventos que os cosplayers participam e isso me inspirou a criar o grupo, sei que tem gente que carro (plotado) que também gosta de cosplay e de anime. E hoje tamo aí, fazendo nossa primeira festa.
Lacerda: Quase que nem a minha origem, sabia que tinha carro adesivado, não sabia qual era o nome e fui pesquisando, fui achando e conhecendo. Dando continuidade, o que te motivou a criar o evento e como foi o início?
Coyotte: Justamente essa conexão dos cosplayers com os carros, que querendo ou não um carro adesivado é um carro vestido de cosplay, e no grupo do Itasha Brasil têm muito otaku e o pessoal abraçou, começamos a participar de outros eventos sem ser itasha e vendo que o pessoal foi abraçando a gente e o negócio foi crescendo. A gente conheceu o Luiz, da Baladacar , que chegou e falou “não, vamô fazer o evento em Osasco e fazer a cultura (itasha) crescer” e aqui estamos.
Lacerda: Exatamente. Otaku todo o lugar tem, eu sou um otaku, a Popes é otaku também, e ela começou nessa cultura depois que eu comentei “ah! Tem uns carros com adesivos, porque você não vai, né?” Daí ela “Acho que vou fazer”. E daí eu to descobrindo muito do universo, achava que era só o carro adesivado, até descobri que tinha um nome, que tinha uma cultura, é um mundo novo, praticamente, para mim
Coyotte: É uma cultura muito rica. Lá no exterior, principalmente no Japão, tem equipes fechadas de Sailor Moon, Hatsune Miku, que eles vão todos juntos para eventos, fazem eventos anuais, sabe? E a gente tá tentando fazer isso aqui no Brasil, vamô fazer crescer.
Lacerda: Com certeza. E inclusive é a próxima pergunta: O que você acha do futuro do itasha aqui no Brasil?
Coyotte: Se eu te falar que eu não esperava… É demais, sabe? Está sendo muito legal, estou conhecendo pessoas maravilhosas na cena, tanto aqui quanto fora de São Paulo, a Popes, o Rod, uma galera e só crescer. A gente quer muito crescimento orgânico, as pessoas nos procurarem, para fazer o itasha, saber como faz, se não quiser fazer, estar junto para virar uma grande família no Brasil inteiro.
Lacerda: Isso ajuda com o boca-a-boca, né? Que vai passando (a informação), “ah, olha lá, eu fui com o pessoal da Beeyou”.
Coyotte: O melhor marketing é sempre um falando para o outro. E assim, nós estamos aqui hoje, um foi falando para o outro e tamo aqui hoje com 10 (dez) carros itasha no evento.
Lacerda: E a próxima pergunta é: Quais os próximos planos do Itasha Brasil? Não só do itasha, como cenário, mas também a página, a sua loja, a Beeyou e o evento como um todo.
Coyotte: A parte comercial vai ficar com a Beeyou, que ela que gera todo o marketing do itasha no Brasil, enquanto empresa. Como grupo, é fazer mais eventos, fazer eventos anuais, o nome para o próximo evento é Itasha Matsuri, que vai ser um festival focado principalmente no itasha e esperar a cultura crescer. Quem sabe fazer no Paraná, né, Popes?
Lacerda: Ela tem bastante vontade de levar vocês para lá. E já consegui um furo, mais eventos para o ano que vem, ajuda bastante, a crescer, a cultura do itasha aqui no Brasil. E a última pergunta que eu tenho é que: Há planos de expansão do evento para outras cidades e estados?
Coyotte: Eu tenho um sonho, que é fazer em Balneário Camboriú, que aí a gente consegue trazer o pessoal do Chile, que a gente tem amizade com o pessoal do Chile, Argentina… Vamô ae, a base é São Paulo, mas nada impede do pessoal de outros Estados me contatar, via Instagram, como é que faz para a gente fazer um grupo, como é que faz para a gente fazer um evento. Eu tô aberto.
Lacerda: Certo. Agora a última pergunta que eu tenho é: (Nissan) Skyline ou (Toyota) Supra? Brincadeira… Essa aqui iria gerar confusão *risadas*.
Coyotte: Eu prefiro o Supra.
Lacerda: Ai ai ai ai essas pessoas que preferem o Supra… Não, brincadeira, eu gosto dos dois, mas, para mim, o Skyline é melhor, na minha opinião, eu tenho mais afeição por ele. Então Coyotte, muito obrigado pela entrevista, para a gente ir conhecendo o evento, trazer mais pessoas, trazer essa informação do itasha, que é muito legal, é muito divertido e as pessoas precisam saber mais! E também para acabar com esse preconceito com carro adesivado…
Coyotte: E trazer mais cores para esse mundo preto e branco.
Lacerda: Isso mesmo. Precisamos trazer mais cores mesmo. Vou encerrando a entrevista por aqui, muito obrigado e bom evento para você.
Coyotte: Obrigado! E para você também e vamô fazer o itasha crescer!
Considerações finais
A primeira edição do Itasha Friends foi muito legal, tive a oportunidade de ver, de perto, carros itasha e poder ver como essa cultura é muito rica. Diversos carros, de diferentes modelos e marcas, apareceram no evento. Conversando com o pessoal, deu para perceber que o evento não só para quem curte itasha ou para quem só gosta de cosplay, é um evento para todos e você se sente acolhido e consegue aproveitar bem o que é oferecido os itasha, tuning, e apresentações ao longo do evento.
Já foi confirmado que ano que vem terá mais uma edição do evento e espero que cresça e possa trazer mais pessoas não só para verem os carros, mas também para conhecerem esse universo dos itasha.